Segunda-feira, 9 Dezembro 2024

História de Ardãos

A origem da freguesia perde-se nos tempos. Sobre o topónimo também não existem certezas, contudo poderá admitir-se que este termo esteja associado ao vocábulo Arder, e que para expressar locais de onde se queima ou arde muito, se terá encontrado um aumentativo em ão e seguidamente elevado ao plural assim: Ardãos = arde + ão + s.

Esta possibilidade poderá ser sustentada no facto de nas proximidades de Ardãos terem existido importantíssimas explorações de ouro, na época romana, fazendo-se uso do carvão para fundir ouro. Uma outra possibilidade seria a de que Ardãos deriva de Arda, do velho saxão - harda - grande, maior. Acresce que de inverno as ardas (espécie de esquilo lanoso) frequentariam as pantanosas margens do alto Terva, por isso chamavam a este sitio - ardãos- significando local onde existiam grandes ardas. Segundo outros autores o nome desta localidade terá a ver a fase de reconquista cristã nomeadamente a um presor destas terras de nome Ardam. Esta aldeia tem 249 habitantes (Homens - 136 e Mulheres - 113), 119 famílias clássicas residentes e 270 alojamentos (alojamentos familiares - 119 e alojamentos sazonais - 151) de acordo com os Censos de 2011) e possui uma veiga verdejante, cercada de montes com vários Castros: Malhó, Murada, Ribeira e Cunhas.

Em termos arquitectónicos registe-se a capela de Santo António, datável do século XVI, que ostenta no seu interior interessantes retábulos em talha renascença. A sua principal actividade económica é a agricultura e a pecuária. Em termos de artesanato encontramos a cestaria. Fica situada no extremo norte do concelho de Boticas, dispondo de bons acessos para a cidade de Chaves e para a sede do concelho. Na própria localidade além do forno do povo tem a Igreja paroquial, cujo padroeiro é Santo André, a capela de S.Roque, que actualmente serve de casa mortuária e o Nicho de Nossa Senhora de Fátima. A poucos quilómetros da aldeia fica situado o santuário de Nª. Srª. das Neves onde se realiza uma das festas mais importantes da freguesia e da região. Esta freguesia representa um manancial de história capaz de atrair simples curiosos, estudiosos ou mesmo os melhores especialistas em história antiga.

 


 

História de Bobadela

Situada na parte ocidental do concelho, a cerca de sele quilómetros de Boticas, Bobadela, diz a lenda, deve o seu nome ao facto de em tempos recuados ter existido aqui uma confraria com casas abobadadas.

O seu povoamento remonta, como em todo este concelho, a épocas pré-históricas. Ao poente da sede da povoação, num pequeno outeiro, surgiram alguns vestígios de um antigo reduto castrejo, o castro de Cidadonha. Conhecido também como castro do Bobadela ou do Brejo, é um daqueles que foi estudado a partir de 1983. Encontra-se na parte ocidental da freguesia. Ali foram encontrados dois machados, um de pedra polida e outro de bronze e outros objectos de metal, estes descobertos na primeira metade do século.

Um outro, o de Nogueira, foi descoberto na aldeia do mesmo nome, no alto de um cabeço cónico. Este castro terá sido romanizado, a julgar pelo marco miliário descoberto em redor e pela calçada da mesma época. Um caminho difícil conduz ao local, marcado por uma vegetação espessa. Daquilo que provavelmente foi um povoado lusitano, restam hoje algumas ruínas de muralhas, mas nenhum dos seus paramentos é actualmente visível. Algumas covas pouco fundas no seu interior parecem indiciar que ali terá existido exploração, ou pelo menos pesquisa, de materiais preciosos. Nogueira fica no cume da serra, perto do ribeiro das Lameiras.

A instituição paroquial desta freguesia ocorreu ainda no século XIII. Pertencia à Sé de Braga e foi mais tarde uma comenda da Ordem de Cristo. O reitor ele Bobadela era apresentado pela mitra e tinha de rendimento anual 150 mil réis. A igreja paroquial de Bobadela, totalmente restaurada nos inícios do século XVIll, é de uma só nave. A capela de S. Lourenço. erigida em 1742, encontra-se na parte mais alta da povoação. Conserva no seu interior uma ara muito antiga e em mau estado de conservação.

O Poço das Freitas, datado não se sabe bem de quando, é um local de interesse turístico nesta freguesia pela sua peculiaridade e raridade. É a maior obra construída pelo homem em todo o concelho, destinada que era à exploração de ouro nas minas e no aluvião. As areias dali saídas seriam posteriormente lavadas com água de uma barragem. Esta, da qual hoje não resta qualquer vestígio, era alimentada por um pequeno regato nascido na serra da Cortiça, o Ganidoiro.

Certas tradições mantêm-se ainda hoje desde tempos longínquos. Na Páscoa, por exemplo, todos os vizinhos têm que levar o folar caseiro para a festa. Quando algum habitante mais pobre não tiver essa possibilidade, todos os outros se juntam e contribuem da forma que podem. Foi sempre assim, mas nota-se que de quando em vez a tradição se vai perdendo.

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PATRIMÓNIO

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